As férias significavam libertação. Estudar, uma obrigação da qual eu, assim como todos da minha idade, queria me livrar. Cada ano passado era um ano a menos a ser estudado. Até que chegaria um dia em que não haveria nenhum dark sarcasm in the classroom a nos aterrorizar.
Entretanto, minhas férias nunca foram excepcionais. A palavra janeiro me traz lembranças de minguadas viagens, a ressaca dos presentes do Natal, o encontro de algum conforto do calor sul mineiro na imbatível piscina de mil litros, a ausência de futebol na tv... As férias não eram de todo mal, mas não havia aquela diversão esperada.
E, a bem da verdade, a espera pela festa é mesmo a sua melhor parte. Porque a celebração, em si, sempre deixa a desejar. Passaram-se uma porção de anos e não me libertei dos estudos, pelo contrário, o projeto por longa data em minha vida. Sem me sentir oprimido.
Minhas férias de 2010 certamente entediariam o menino que se virava em janeiro com partidas da Copa São Paulo de Futebol Jr. na falta de opção. Mas elas me satisfizeram. Assisti algumas boas séries televisivas, fiquei por semanas encostado sem poder andar, porém me livrei de uma mazela hereditária, chacoalhei a cabeça com o Metallica e, talvez o melhor, vi que dá para viver em família em um apartamento da MRV. Pode não ser o mais exuberante dos oásis. Mas me contento com sua água fresca.