sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Canto do deslugar

Procuro qualquer lugar
Que tenha algo a ser descoberto
Um baú de risadas honestas
Ou amuletos para uma vida boa
Pode mesmo ser um objeto placebo
Só para, em sua busca, eu agridocicar
Esses dias da objetividade com aroma de bílis.

Todos os meus amigos estão velhos
Já não suportam a música alta
Nem procuram as possibilidades abertas
Que a noite resiste em insinuar
São almas batendo ponto
Na esquina designada por outros.

Adoraria que não buscassem nas minhas letras
Vestígios dos versos da moda
Ou de MPB revisitada
Rogo louvores aos malditos
Escarro na cara deles para tentar ser aceito
Sou muito anos noventa
Para essa geração Y.

2 comentários:

  1. é... a sensação de não pertencer é por demais inquietante...

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  2. Não sei por que você escreve tão poucos poemas. Deve ser pra que, quando surja um, ele seja assim: visceral - do caralho!
    Beijo!

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