segunda-feira, 30 de maio de 2011

20-05-11


Gaivota é pássaro de linhas retas
Salpicando o céu nublado
O mar, azul que só pode ser marinho
É composto de fragmentos esbranquiçados
As águas estão alvoroçadas
Pois os barcos estão aí,
Sempre aí
Para cortá-las.

Atravesso a ponte elefante de concreto
Em um desses escapes que nos levam a lugar algum:
De tanto flanar, Baudelaire morreu em Paris.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

O Pássaro Branco


Hoje, de manhã, eu vi um pássaro branco.
Saltitando pelo quintal
Entre pardais e ruídos radiofônicos
Um alento à sobriedade.
Em sua alvura, um contraste com um mundo
Do colorido promíscuo.

Na pureza que sua imagem invoca
O pássaro branco louva a liberdade
Pois só a transgressão de um canário
Cansado da apatia de sua gaiola
Dos três puleiros e nada mais
Nos proporciona seus vôos
De elegância exemplar.

Também hoje, mais tarde
Eu vi alvura
Pureza
Liberdade
Elegância
Morrerem abocanhados
Por um gato pardo.