A tela branca. As letras, que iam pipocando, lentamente e, depois, sendo apagadas, todas de uma vez. Essa rotina lhe dava ânsia. Ficar ali, horas a fio, costurando idéias que não conseguia desenvolver. Habermas, Glauber Rocha e quem mais viesse. Nada. Não dava liga.
Estava cansado.
E seu vulcão interno em atividade. Quase trinta e oito graus. Garganta arranhada. Inflamação e ânsia. Sonhava em pular numa banheira com gelo. Quem sabe, com o choque térmico, encontraria a inspiração. Já de tão longe perdida. Uma tarde de trabalho para pingados parágrafos mal alinhados.
Literariamente, a mesma tragédia. Um blog às moscas. Sem rumo. Atualizações. Sem razão de ser.
Um banho frio, por que não? Qualquer coisa que aliviasse sua febre. Já que sua miséria interna, essa não tinha remédio.
Não há paracetamol que resolva a vida de um mal escritor.
Que persiste, Deus sabe porquê.
Porque sempre consegue escrever algo de bom.
ResponderExcluirmiserere!
ResponderExcluirQuem dera o mundo só tivesse "maus escritores" como você. Ou não. Que concorrência seria!
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