terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Discografia Comentada: “Wasting Light” (2011) - Foo Fighters

Dave Grohl estava fadado a viver de passado. Baterista de uma das bandas mais relevantes das últimas duas décadas, o Nirvana, ele seria um eterno “ex-integrante”. Foi assim por um bom tempo. O Foo Fighters, a banda que criou em 1995, um ano após a morte de Kurt Cobain, ficou por anos rotulado como do segundo escalão. Tinha clipes engraçadinhos, trilhas sonoras de filmes e, apesar dos fãs fervorosos (eles sempre aparecem), era sempre anunciada como a banda do ex-Nirvana Dave Grohl.

Apesar de não ser bem o que se entende por “banda pop”, é preciso reconhecer que a discografia do Foo Fighters é repleta de boas músicas, com refrões assobiáveis e ritmo empolgante. É pop, mas com dignidade. O primeiro deles (1995), auto intitulado, composto praticamente todo por Dave Grohl, é uma boa amostra do que houve de melhor houve na música nos anos 1990. Depois, apesar de algumas derrapadas (me parece que Dave Grohl tem tendência em errar a mão nas baladas), o Foo Fighters construiu uma boa trajetória.

Wasting Light, lançado em 2011, é a reivindicação de identidade própria. Em suas onze faixas, o álbum soa como uma banda que nos seis trabalhos anteriores construiu suas características e, no sétimo, se afirma nelas. Não há nada ali que a banda já não tenha feito antes. Porém, isso não significa mesmice. Repetir a mesma fórmula pode indicar a perseguição de um amadurecimento.

As duas primeiras faixas, “Bridge Burning” e “Rope” são uma introdução bastante acelerada no disco. A segunda, primeiro single, tem um refrão bem típico de Foo Fighters. Depois de uma diminuída no ritmo com “Dear Rosemary”, a pegada volta com “White Limo”. É interessante que Dave Grohl, escolhido por Kurt Cobain para assumir as baquetas do Nirvana por ter bastante energia (não pela técnica), encontrou em Taylor Hawkins uma espécie de alter ego. Em “Alandria” e “These Days” o ritmo é abaixado novamente, mas nada que fique arrastado. Nesse sentido, as oscilações no disco são bastante discretas.

Mais adiante, eu destacaria “A Matter of Time”, canção bem poderosa, mas que não deve ter muito destaque na prosperidade. E, simbolicamente, vale a observar que em Wasting Light Dave Grohl parece encarar o passado o passado de sua ex-banda sem problema. Krist Novoselic participa da faixa de “I Should Have Known” e o produtor do cd é Butch Vig, o mesmo de Nevermind. Dave Grohl não tem mais medo de fantasmas.

Aliás, é válido voltar ao Nevermind. Apesar de contribuir pouco nas suas composições, o álbum icônico parece ter grande importância na trajetória seguinte de Grohl. A mistura de rock alternativo com uma roupagem mais pop, legado do cd, é a grande característica do FF. Se Kurt Cobain evitaria essa direção em In Utero, Dave Grohl se especializou na fórmula. E, se Wasting Light é mais do mesmo, vale lembrar a vovó dizia: time que está ganhando não deveria se mexer. Para uma banda de ex-integrante, o FF tem dado uma bela contribuição ao rock atual.

Um comentário:

  1. "Para uma banda de ex-integrante, o FF tem dado uma bela contribuição ao rock atual."
    sacanagem! jajajaja
    mas white limo é doido mem! já viu o vídeo?
    achei daora!
    bom, não sou fã de ff, acho doido o 2º disco e não cheguei a ouvir este, mas ff é legal... tem boas contribuições para o rock atual, mem

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